S.W. TIVELLI et al.
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Boletim técnico, 210, IAC, 2011
8.4 Plantas daninhas
Na cultura da beterraba há necessidade de se efetuar o controle das
plantas daninhas, pois podem causar perdas significativas de produtividade
dependendo da densidade e da sua distribuição na lavoura. A competição das
plantas daninhas ocorre principalmente por água, luz e nutrientes, podendo
ainda dificultar a operação de colheita e prejudicar a qualidade final do produto.
A prática do controle de plantas invasoras é onerosa, porém seus resultados
são positivos. Assim, é necessário que haja um balanceamento entre o custo
da operação e o ganho em produtividade em razão do controle utilizado.
Dados de pesquisa revelaram que o período crítico de competição
entre as plantas daninhas e a planta de beterraba ocorre entre a 2.
a
e 6.
a
semanas após a emergência das plantas. Essa competição pode causar perdas
de 79% a 96% na produção de raízes, sem mencionar a perda de qualidade
do produto em razão da redução do calibre das raízes produzidas.
O produtor de beterraba pode usar diferentes estratégias para controlar
as plantas daninhas. Uma dessas estratégias é preparar a área de semeadura
ou transplante com antecedência. Ao deixar a área pronta para receber a
cultura 15 a 20 dias antes da instalação propriamente dita da cultura, o produtor
permite que parte do banco de sementes de seu solo germine.
Nessa estratégia, as plantas daninhas que emergiram podem ser
controladas através de um método físico ou químico. Para o método físico, o
produtor pode usar o fogo aplicado através de um lança-chamas. Esse manejo
é muito interessante para produtores orgânicos de beterraba. Já no método
químico, o produtor pode aplicar herbicida para dessecar o mato que infesta
a área. Em abril de 2011, o único herbicida registrado no AGROFIT para essa
finalidade era o dicloreto de paraquate (há diversas marcas registradas) na
dosagem de 1,5 a 3,0 L/ha do produto comercial. Esse produto é um herbicida
de contato não seletivo à cultura. Para restrições de uso nos Estados e no
Distrito Federal, deve ser verificada a bula do produto. A semeadura ou
transplante da beterraba deve ser feito um a dois dias após a aplicação do
fogo ou do herbicida, tomando-se o cuidado para revolver o mínimo possível o
solo. Esse cuidado evita que novas sementes de plantas daninhas sejam trazidas
para a superfície e possam germinar. O controle de plantas daninhas nessa
estratégia precisa ser geralmente complementado com uma capina manual.
Outra estratégia é fazer uso do método químico de controle de plantas
daninhas em pré ou pós-emergência precoce do mato. O único herbicida
registrado no AGROFIT em abril de 2011 para essa finalidade na cultura da
beterraba era a metamitrona (Goltix 700 WG – Milenia Agrociências S.A.) na
dosagem de 4,0 a 6,0 kg/ha do produto comercial. Esse produto é um herbicida
sistêmico e seletivo para beterraba. Para restrições de uso estaduais, do
Distrito Federal e dos municípios, deve ser verificada a bula do produto.
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