Grupo Crecin da Esalq e Museu de Geociências participam do ano internacional para preservação das geleiras

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O Ano Internacional da Preservação dos Glaciares, bem como o dia Mundial dos Glaciares tornaram-se oficiais a partir de uma declaração do ano de 2022, então instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Por meio dela oficializou-se que o ano de 2025 se tornaria o Ano Internacional da Preservação das Geleiras, e o dia 21 de março de cada ano, como o Dia Mundial dos Glaciares.

Dessa forma, como parte das ações do Ano Internacional das Geleiras, o Centro de Referência de Ensino de Ciências da Natureza (CRECIN) - Esalq/USP, em parceria com o Museu de Geociências, do Instituto de Geociências - IGc/USP, realizarão neste ano de 2025, eventos de divulgação científica, ações com monitorias e divulgações com escolas e instituições de ensino, focando também a formação de professores e o contato com a comunidade, destacando a relevância das geleiras para o nosso cotidiano.

Contextualização

Ao abordar as questões relacionadas com o derretimento acelerado dos glaciares e as suas consequências, o Ano Internacional e o Dia Mundial dos Glaciares visam a incentivar o intercâmbio de conhecimentos e melhores práticas e estratégias de preservação e adaptação dos glaciares. Aumentar a consciência global sobre o papel crítico dos glaciares, da neve e do gelo no sistema climático e no ciclo hidrológico, bem como os impactos econômicos, sociais e ambientais das mudanças iminentes na Criosfera (geada ou frio glacial) da Terra, tornam-se questões primordiais nesse sentido.

O derretimento dos glaciares e das camadas de gelo foram identificados como um dos maiores contribuintes para a elevação do nível do mar nas últimas décadas, de acordo com o IPCC - 2022. Os glaciares dos locais considerados Patrimônio Mundial da UNESCO, estão derretendo a um ritmo alarmante, prevendo-se que um terço dos locais desapareça até 2050, junto a perda de biodiversidade, especialmente de espécies endêmicas, a perda de valores culturais e modos de vida tradicionais, além da ameaça ao abastecimento de água natural.

Esses fenômenos abalam a todos, as pessoas que vivem em zonas costeiras afetadas pela subida do nível do mar, as que vivem em zonas montanhosas, populações propensas aos riscos de inundações, deslizamentos de terra e avalanches, além das que vivem em zonas a jusante que dependem do abastecimento de água dos glaciares.

O que é a Criosfera

O termo “criosfera” tem origem na palavra grega ‘kryos’ para geada ou frio glacial. A criosfera impacta todos os seres vivos do planeta. Ela se estende por todo o globo e pode aparecer sazonalmente ou estar permanentemente presente na maioria das partes do mundo.

A neve, geleiras, o permafrost e o solo congelado são importantes fontes de armazenamento de água doce, sustentando ecossistemas e apoiando meios de subsistência dentro e muito além das regiões onde estão localizados, ao qual todos os seres vivos dependem direta ou indiretamente da criosfera. Um dos diversos exemplos são os principais rios que se originam de montanhas, sendo essenciais no papel de fornecimento e regulação de recursos de água doce para cerca de metade da população mundial, ao qual também auxiliam como indicadores para as mudanças climáticas.

A professora Rosebelly Nunes Marques, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia - LES da Esalq/USP, coordenadora do grupo CRECIN e responsável pelas ações, destaca a importância deste tipo de participação. “Falar das geleiras e sua correlação com o cotidiano da sociedade, principalmente no Brasil, é um desafio, visto que muitos jamais tiveram contato com neve ou gelo, e acreditam que suas ações não impactam na sua preservação. Mas na verdade, tudo é um ciclo fechado, e trazer isso para a comunidade, principalmente às escolas, é uma oportunidade de conscientização e aprendizado.”

Sobre as atividades e a parceria com o Museu de Geociências, a docente complementa, dizendo: “Trabalhar a divulgação científica por meio de recursos didáticos que unem o lúdico ao conteúdo de geleiras nos proporcionou um leque de possibilidades e abordagens para todas as idades e níveis de escolaridade. Ainda, a colaboração do Museu de Geociências, com informações, itens e demais materiais, além das práticas com a comunidade, vem de uma longa trajetória de parceria e interesse mútuos em fazer a extensão universitária da USP chegar até a comunidade”.

As atividades envolvendo a Criosfera irão abordar os processos de formação das geleiras, as eras glaciais, as mudanças climáticas, os processos geológicos, a importância no ciclo da água e para o clima, sua fauna e aspectos culturais associados às geleiras, sendo amparados por exposições de materiais, recursos didáticos e monitorias que unem o lúdico ao científico, explorando a fauna como o urso-polar, peixes, raposa-do-ártico, além de abordar sobre as populações humanas que ali vivem e dependem deste ambiente, bem como o regime de água doce do planeta, envolvendo os ODS 3 - Saúde e bem-estar, ODS 4 – Educação qualidade, ODS 6 - Água potável e saneamento, ODS 13 - Ação contra a mudança global do clima e ODS 14 - Vida na água.

Contato para informações e agendamentos de atividades crecin.esalq@usp.br

Redes sociais - Instagram
@crecin.esalq
@museudegeocienciasusp

Links úteis:
https://www.un-glaciers.org/en
https://www.un-glaciers.org/en/partners-content/discovering-cryosphere-i...
https://www.un-glaciers.org/en/articles/glaciers-science-knowledge-and-l...

Texto: Alicia Nascimento Aguiar (25/3/2025)