This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version
« Previous Page Table of Contents Next Page »DetalhesdaESALQ
ProjetoMemória
Ano X Número 32 junho/2013 8
Destilaria
“Relembrando”
daquele baile”
Tudo teve início emumamanhã de domin-go do mês de junho de 1951, na saída da Es-cola Dominical da Igreja Metodista de Piracicaba. Ela abrigava a SociedadeMetodista de Jovens, umgrupo de aproximadamente 100 moços e moças.A expectativa era enorme na-quela manhã, pois iríamos, pela primeira vez, distribuir o nosso jornal, batizado com o nome de “O Avante”. Aqueles que trabalharam na sua confecção, que varou até a madrugada do domingo, sentiam-se recompensados pelo “pri-vilégio” de distribuí-lo entre os membros da Igreja e às internas do Colégio Piracicabano. Entre as pessoas que manuseavam o Jornal estava Serafim dos Santos (de saudosa me-mória) que, aproximando-se de mim, pergun-tou: “João, foi você que produziu este jornal?” Respondi que integrava o pequeno grupo que o havia produzido. Seguiu-se outra indaga-ção: “João, você não quer ir trabalhar comigo lá na Escola?”. Entendam como Escola a fa-mosa Escola Superior deAgricultura “Luiz de Queiroz”, da USP. Acreditem que quase me faltou chão para suportar tamanha emoção, acompanhada de lágrimas que brotaram dos meus olhos. Respondi que sim.
Serafim dos Santos era ocupante do mais alto posto na hierarquia acadêmica da Institui-ção, depois do Diretor. Sucederam-se dias na preparação dos documentos e, em 26 de se-tembro de 1951, o Diário Oficial do Estado publicava a minha nomeação como Escriturá-rio. Depois ocupei os cargos deAuxiliar Téc-nico, Chefe de Secção, culminando com o de Assistente Técnico para Assuntos Acadêmi-cos, esse último sem antes ter vencido o Cur-so de Bacharel em Direito e ser submetido a um concurso interno perante uma Comissão Examinadora Integrada pelos professores Jus-to Moretti Filho, Anivaldo Pedro Cobra e Odilon Saad, presidida pelo primeiro. A edi-ção de 31 de agosto de 1979 do Diário Oficial publicava a nomeação para esse último cargo. A principal atividade da Secção deAlunos era a de receber, registrar e acompanhar o de-
sempenho dos estudantes para, ao final do ano, divulgar os resultados finais – aprovado para muitos e reprovado para poucos. Era um tra-balho de enorme responsabilidade, não admi-tindo erros. Vieram, posteriormente, os Cur-sos de Pós-graduação em algumas áreas e os de Economia Doméstica e Engenharia Flores-tal. Com isso, os serviços aumentaram consi-deravelmente e, com eles, a necessidade de mais pessoal.
Láumbelodia, entrananossa salaaChefeda SecçãodeAdministração,CecíliaPecorari, acom-panhada de uma moça (por sinal muito bonita). Ambas se dirigiam ao Chefe da Secção, senhor FaustodeArrudaRibeiro, aquemforamdirigidas as seguintes palavras: “Fausto, esta moça foi de-signada para trabalhar com vocês”. Após a sua saídaFaustomechamouatéàmesaedele recebi a seguinteordem:“João,estamoçavai trabalharaqui conoscoeeugostariaquevocêtomassecontadela”. Ordemdada, ordemcumpridaecomtamanhade-dicação que, após algum tempo, ela se tornava minhaesposaem12demaiode1962.Amoçaera ArmidaApparecidaBelatto.
Como passar do tempo, e postas à prova sua dedicação e competência,Armida recebeu como justo prêmio a Chefia da Secção de Atividades Culturais, anexa àSecçãodeAlunos.Apartir daí, passamos a formar uma grande parceria. É gos-toso lembrar algumas atividades que fizeramhis-tória. Fizemos uma excursão para conhecer a Eclusa doRioTietê emBarraBonita (SP), orga-nizamos visitas ao Museu do Ipiranga e Jardim Zoológico de São Paulo, além da formação de umCoral integrado por professores, funcionári-os e alunos, sob a regência do talentosoMaestro, professor Hélio de Almeida Manfrinato. O su-cesso foi tão grande que ele ainda aí está brilhan-do com o nome de Coral Luiz de Queiroz. Não erro comparando-o entre os grandes Corais do Estado de São Paulo.
Merece tambémdestaquenossaparticipação nos trabalhos para receber o então Ministro da Agricultura, professorAllison Paulinelli e oGe-neral EmílioGarrastazuMédici, ilustrePresiden-
tedaRepública, que aqui estiveramparaninfando turmas de formandos. Destaco, por derradeiro, a realização de umBaile de Gala, no SalãoNobre (EdifícioCentral), atéaqui omaismarcanteacon-tecimento social na vida daESALQ, comemora-tivo aos seus 75 anos de existência. O traje, rigor absoluto. O pessoal da época comenta até hoje daquele baile.Alémdisso, acompanhei o profes-sor Aristeu Mendes Peixoto ao Jóquei clube de SãoPaulopara assistir aopáreoLuiz deQueiroz, emhomenagemao jubileu de diamante daEsco-la. É chegada a hora de parar e não posso fazê-lo sem antes prestar minha profunda gratidão à Armida, minha saudosa esposa e fiel compa-nheira de todas essas lutas, falecida em 2011. Finalizo lembrando(numaoportunidade tãoapro-priada) a frase do saudoso professor Érico da Rocha Nobre: “Assim é a “Luiz de Queiroz” – um florão da cultura de São Paulo a serviço de um grande povo”.
Os estudos sobre a cultura da cana-de-açúcar na ESALQ tiveram início na década de 1920, quando Jayme Rocha de Almeida iniciou pesquisas sobre microbiologia industrial, que culminaram na criação de uma Destilaria Piloto, sobresponsabilidadedo então InstitutoZimotécnico.Em1956, nasceu a destilaria professor Juvenal Mendes de Godoy, homenagem do professor Jayme ao seu antecessor, que ministrara aulas na cadeira de Tecnologia Agrícola. A pequena instalação expandiu-se e, hoje, o amendoim, arauva, cabreúva, ipê-roxo, jequitibá, pereira, grápiaecerejeiraconferem, emgrandes toneis de madeira, a coloração e o sabor da aguardente. Pelos vários estudos ali realizados, a bebida produzida pela ESALQ foi classificada como blendedwhisky . Com área construída de 1.443,80m
2 , a coordenação da Destilaria é do professor André Ricardo Alcarde, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN).
*
* texto escrito em 1 ª pessoa
This is a SEO version of MODELO. Click here to view full version
« Previous Page Table of Contents Next Page »